A primeira sonda a interceptar um cometa foi o ICE (International Cometary Explorer), originalmente conhecida como ISEE-3 (International Sun-Earth Explorer). Ela foi desviada em direção à cauda do cometa Giacobini Zinner, passando por ela em setembro de 1985. Esta alteração na trajetória deste satélite foi para compensar a queda do prestígio norte-americano na corrida espacial, que impediu a construção de uma sonda rumo ao cometa Halley.
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A missão ao cometa Halley, apesar de sua importância, foi uma das mais difíceis, pois consumiu grande quantidade de energia devido ao movimento retrógrado efetuado por ele em torno do Sol e sua velocidade orbital no periélio de aproximadamente 55 Km/s. Várias sondas viajaram em direção ao cometa Halley, alcançando-o em 1986, com o objetivo de determinar a natureza química e estrutura física do núcleo, de descrever a composição de sua cauda de poeira e íons, e de analisar os processos e mudanças que ocorrem no envoltório gasoso sob influência do vento solar. Foram duas sondas russas (Vega 1 e Vega 2), duas japonesas (Sakigake e Suisei) e uma européia (Giotto).
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A sonda Giotto recebeu esta denominação em homenagem ao pintor italiano que realizou a primeira representação do cometa Halley em 1301, no célebre afresco "Adoração dos Magos" de Giotto di Bondone que está atualmente na capela Scrovegni. A sonda Giotto passou em torno de 600 Km do núcleo do cometa Halley em março de 1986 e verificou que ele reflete cerca de 4% da luz diretamente incidente. Logo após, passou a cerca de 200 Km do cometa Grigg-Skjellerup, em julho de 1992.
Núcleo do Halley Afresco Adoração dos Reis Magos
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Algumas sondas flagraram fatos inesperados, tais como a sonda Galileo que mostrou o impacto espetacular do cometa Shoemaker-Levy 9 com o planeta Júpiter em julho de 1994, e a sonda Ulysses que transpôs a longa cauda do cometa Hyakutake em 1996.
Galileo Shoemaker Levy Impacto em Júpiter
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A missão Deep Space 1 da NASA utilizou pela primeira vez a propulsão iônica e, após passar a 26 Km do asteróide 9969 Braille em julho de 1999, observou a 2200 Km o cometa Borrelly em setembro de 2001 verificando que o núcleo cometário não estava localizado na região central da coma, pois o material era ejetado para o espaço de um lado do núcleo. Outro aspecto interessante do cometa Borelly que a sonda Deep Space 1 examinou foi o seu albedo, de apenas 2,4 a 3%, considerado o objeto mais escuro já descoberto no Sistema Solar.
Logotipo da missão Deep Space 1 Cometa Borrelly
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A missão Contour (Comet Nucleus Tour) da NASA lançada em julho de 2002 foi abandonada devido a perda de contato com a nave em dezembro do mesmo ano, cujo objetivo era explorar o cometa Encke, o de menor período ao redor do Sol, e o cometa Schwassmann-Wachmann 3. A missão Stardust da NASA em janeiro de 2004 atravessou a 150 Km da coma do cometa Wild-2 coletando partículas de poeira que estão sendo analisadas após o seu retorno à Terra em 2006.
Contour Stardust (arte) Cometa Wild-2
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A missão mais recente da NASA a Deep Impact lançada em janeiro de 2005 consistiu de duas sondas. A sonda principal teve a finalidade de sobrevoar o cometa Tempel 1 obtendo dados espectrais e imagens. Uma outra sonda de 370 Kg chocou-se com o núcleo do cometa a 10 Km/s no dia 4 de julho de 2005. Este impacto produziu uma cratera de aproximadamente 25 m de profundidade e 100 m de diâmetro, liberando uma energia da ordem de 18,5 GJ, equivalente a 4,8 toneladas de TNT. A NASA pretende estender a sonda até o cometa Boethin.
Logotipo da missão Deep Impact Cometa Tempel 1
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Uma missão interessante em andamento é da sonda Rosetta da ESA lançada em março de 2004, que inicialmente tinha a pretensão de ir até o cometa Wirtanen, mas foi alterada para explorar o cometa periódico Churyumov-Gerasimenko que tem um núcleo com diâmetro médio de 4 Km e período de 6,6 anos. A nave principal alcançará o cometa em 2014, e depois calculará a forma, a posição, o tamanho e a rotação do núcleo para escolher um local onde o módulo Philae de 100 Kg irá pousar, logo após de se separar da nave-mãe a cerca de 1 Km de altura. Na aterrissagem sobre o cometa, a dificuldade não é obter uma aproximação suave, mas a permanência na superfície, pois a gravidade local é milhões de vezes menor que a da Terra. Outra condição inóspita é a temperatura reduzida variando de - 50 °C a - 170 °C, porém o módulo possui uma camada de isolamento que reterá o calor emitido pelos instrumentos que retardará seu congelamento, entrando num processo de hibernação até o cometa se aproximar do Sol em 2015.
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